Proponho-me a escrever
Sem propósito assistido
Nada mais quero descrever
Que o pensamento esclarecido
Querias um melhor lar?
E depois deixas-te enrolar...
Certezas? Não as possuo
Incertezas? Todos os momentos
Vão e vêm com um amuo
Mais depressa que os maiores ventos
Queria ser o maior, o mais esperto
Era especial, tanto de longe como de perto
A vida até hoje foi esculpida
Amanhã também o será
Sempre de forma irremediável e perdida
Aproveite-a, sem remorsos a verá
Se eu penso que ela é linda
Ela torna-se muito bem-vinda
Tudo é o que desejarmos ser
Tudo é feito em vão
Viver é um dia aprender a morrer
Vida eterna é uma ilusão
O homem a procria e cria
Quando a realidade é fria
Eu não sou frio, sou quente
Penso feliz sempre sobre o Universo
Exprimo-me constantemente
Gosto de o fazer em verso
Escrevo, escrevo, sem razão
Na poesia libertina da distração
Não sou ninguém, sou eu
Penso, repenso, aprendo
Arranjo o que ninguém me deu
O que me deram remendo
Gosto de ser da minha forma
Não gosto de seguir a norma
Este poema vai ser gigante
Ainda não vai sequer a meio
Está a ser deveras galopante
Rápido demais, é feio
Mas é bonito, é o que achares
Tudo pode ter valor se acreditares
Eu tenho diversas crenças
Já Dogmas nenhum, acabou
Como as crianças
Cresço, a verdade desabou
Nada para mim é durável
Admiro o ser mutável
Mudei de ideias não escrevo mais
Termino esta última estrofe
Por conveniência dos sinais
No fim quem mais sofre
É quem é inconformista
Eu não espero sendo esperancista
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