terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Divindade, Naturalmente!

É tão natural que não se pense
Que por eu pensar
No final algo vence
Razão nenhuma vejo chegar.

O Universo sem perceber
Percebe tanto mais
Que eu me assusto ao entender
Os seus múltiplos sinais.

O que ousou criar suas noções
Na minha opinião abismal
Sem ter estudado lições
De Ciência, Ética ou Moral.

Expliquem os ateus
Toda a sua lei cósmica
Os religiosos de Deus
A sua existência lógica.

Alienados

Eu inspirado descrevo
A minha desinspiração
Ao que aqui escrevo
Junto a erudita paixão

Se sei o que digo
É tema a debater
Se alguém está comigo
Diga-o, vamos a ver!

A sociedade está alienada
Porque julga comum
A mentira descarada
Para ela sou eu incomum.

O Mundo verdadeiro
Dele estou em busca
Não sei seu paradeiro
De minha vontade cusca.

Ser ou não Poeta

Ser poeta é sentir
Aquilo que não se sente
É tentar não ouvir
Algo que o coração deixa quente.

É alegria por pensar
Em coisas não reais
É viver, tentar, imaginar!
O que não existe mais.

Quem não o é
Não sente o que sinto
Pode ser feliz até
Mas não usa o seu instinto.

É um dom que se procura
Em quem não o tem
E na noite escura
É quando tal milagre vem.

Atenção!

Podia estar atento
Mas estou distraído
A pensar ao menos tento
Chegar ao pretendido.

Na aula me vejo
Pouco me importa...
Tenho um teste que almejo
Antes de sair desta porta.

Quanto mais insisto
Nesta tese sem fundamento
Louco me acho e persisto
Ao menos vivo o momento.

Se bem me sinto
Tem a ver com gosto
Por quem minto?
Vivendo passo desgosto!

O Passado e o Presente

Grande dia eterno
Se tanto mal nos fazem
Ao menos sentir amor materno
No dia vindouro que aí vem.

Valerá a pena relembrar
O que se passou distantemente
Pensar no lembrado azar
Que me remói persistentemente.

O passado acabou naquele dia
Em que o futuro se fez presente
Mais na vida vazia
Que neste sentir nos sente.

Nada previ neste tempo
Que não ocorra ou faça enganar
De que baseia o vento?
A natureza responde no seu emanar.